Estudo mostra que até 2030 a participação feminina no mercado de trabalho deve crescer mais que a masculina no Brasil; empoderamento delas ressalta competências como relacionamento interpessoal.
Ainda há muitas desigualdades no mercado de trabalho e uma das mais evidentes é em relação à participação da mulher. Grande parte das mulheres trabalha na informalidade, sendo mal remunerada. Mundialmente, apenas 50% das mulheres estão representadas na força de trabalho global, comparadas a 76% dos homens. A sua remuneração também é menor do que a dos homens, para o mesmo tipo de serviço.
Desde o ano 2000, diversas pesquisas vêm apontando mais empoderamento e aumento de mulheres em posições de liderança. Ainda assim, no Brasil a presença de líderes mulheres em cargos de alta gestão é de 19%, enquanto a média global é de 27%.
Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indica que até 2030 a participação feminina no mercado de trabalho brasileiro deve crescer mais do que a masculina. Mulheres têm investido mais em educação e se qualificado de forma diferenciada. Os padrões culturais mudaram, mas no Brasil ainda temos muito a avançar.
Em função da automação do setor produtivo, entre 40 milhões e 160 milhões de mulheres terão de mudar de carreira até 2030, segundo um estudo da McKinsey. Muitos cargos que tem a concentração de mão de obra feminina, como atendentes, caixas de supermercado, secretárias etc., já estão sendo automatizados. As mulheres terão que passar a estudar e se qualificar em profissões voltadas para tecnologia, onde ainda temos baixa participação feminina.
Mulheres vão precisar se qualificar para profissões da área de tecnologia, com o fim de vagas acarretado pela automação.
Ao ocuparem posições de liderança, mulheres se diferenciam em algumas competências. Como o processamento de informações e emoções funciona de forma diferente do cérebro masculino, elas lidam melhor com a comunicação e relacionamento interpessoal.
Naturalmente, são motivadas a integrar e desenvolver um time. Os estilos de liderança que adotam são mais participativos e democráticos, estimulando uma troca ainda maior de informações e conhecimentos entre liderados.
Ao encarar os malabarismos da vida, conciliando a vida pessoal e a profissional, aprendem a equilibrar os interesses com flexibilidade, adaptabilidade e resiliência.
As contribuições e a presença das mulheres no mercado de trabalho têm sido mais significativas, ainda assim há muito espaço a ser conquistado. Essa missão deve ser de todos.
* Ylana Miller é especialista em recursos humanos, professora de pós-graduação e sócia-diretora da Yluminarh – Desenvolvimento Profissional (ylana@yluminarh.com.br)
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