A felicidade é uma questão de ser, e não de ter. Galopamos pelos séculos desinformados e alheios ao melhor da vida. Está na hora de desaprender.
Equivocados pelas relações conflituosas com tempo, dinheiro, poder, riqueza, expectativas e comparações, esperamos alcançar sucesso como se ele fosse um sinônimo de ser feliz.
Mas a felicidade é causa, e não consequência. É na jornada do dia a dia que vivem os felizes.
Confundimos momentos de alegria, sentimento efêmero que responde pontualmente a um estímulo, com felicidade, aquela aconchegante sensação prolongada de bem-estar, realização e propósito. O que nos dá prazer momentâneo pode ser um suplemento positivo para nosso estado geral de espírito, mas funciona como um analgésico: as doses precisam ser aumentadas permanentemente para fazer efeito. Queremos sempre mais coisas, acreditamos que quando alcançarmos isso ou aquilo seremos felizes, e para isso nos sacrificamos e nos decepcionamos.
Atividades que muitas vezes não são prazerosas ao ser executadas podem ser o alicerce para um bem-estar duradouro. Gente feliz chora, sofre, vive as etapas da dor e retoma as rédeas da vida. O inverso da felicidade não é a tristeza, e sim a apatia — assim como o contrário do amor não é o ódio, mas o desprezo.
A ciência prova que 40% da nossa felicidade depende das escolhas que fazemos e são passíveis de ser aprendidas. Ainda que fatores pessoais, sociais e culturais interfiram no resultado genérico de pesquisas, algumas delas são unânimes nas mais diversas partes do mundo. Mesmo que uma “receita” possa parecer frívola, é no abraço, nas relações pessoais positivas, nas memórias afetivas, na leveza possível nos nossos dias que reside o ser feliz. A simplicidade dos ingredientes (alguns indispensáveis listados ao lado) é a boa-nova para a década que se inicia.
Delicie-se sem moderação.
1. Comece escolhendo ser feliz!
2. Mais eco, menos ego (os altruístas são mais felizes, fato!).
3. Sorria, libere endorfinas.
4. Exercite-se.
5. Leia o que desafia, assista ao que diverte, pratique o que relaxa. Misture tudo.
6. Autoconhecimento é o segredo do sabor.
7. Ajude! Dar é melhor que receber, a ciência comprova!
8. Capriche na empatia.
9. Medite, pratique a fé.
10. Aprenda a respirar.
11. Adote um pet, eles sabem tudo sobre amor incondicional e perdão.
12. Traga o verde para sua vida, construa sua urban jungle.
13. Coloque nas paredes frases positivas. Seu inconsciente está registrando tudo!
14. Desfrute boa companhia, socialize.
15. Enfeite seu lar com significado. Deixe que as memórias afetivas aconcheguem o presente!
16. Use a tecnologia como facilitador, não como substituto! Nada substitui o toque.
17. Pratique a logística reversa. Reuse, recicle, ressignifique!
18. Tenha com você uma lista do que o deixa feliz.
19. Não se compare, não se compare. O outro não é você.
20. A expectativa do que sua vida deveria ser é fonte infinita de infelicidade. Quer ser feliz? Construa. Sonhe sonhos reais!
21. Seja grato de verdade.
22. Invista em conexões sociais, somos mais felizes juntos.
23. Misture todos os itens e repita a dose diariamente
Sandra Teschner (@sandrateschner) transformou uma experiência de quase morte em propulsor para entender como optar pela felicidade. Tirou o certificado de Chief Happiness Officer pela Universidade Internacional da Flórida, nos Estados Unidos, e hoje dá palestras.
Publicado em VEJA SÃO PAULO
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